terça-feira, 8 de março de 2011

De minha vida não sei, senão que sou feliz.

   Lá o que fui ou fiz, antes de ser o que sou,
  ai!, tudo me passou:  só sei que sou feliz.

  E que me importa a cor das águas que passaram?
  Estas águas me bastam, que vão correndo agora.

  Fosse o que fosse, a minha passada,
  vida incerta  (feliz ou desgraçada),
  foi uma porta aberta para esta vida clara.

  Por isso eu a bendigo, a minha vida ida.

  Talvez as rosas nela tivessem bem mais cor,
  o Sol mais Luz e Amor,

  Mas de que vale o que foi, se quanto vejo ou provo
  tudo tem um gosto novo?...
  Se nada cansa ou dói?...
 

quinta-feira, 3 de março de 2011

... o sol que entra pela janela ...

Há dias iluminados por pequenas coisas,
pequeninos nadas que nos tornam imensamente felizes;
um brinquedo antigo que encontramos,
uma mão que agarra a nossa,
um telefonema que não estávamos à espera,
uma palavra doce,
O filho que nos abraça sem pedir outra coisa senão um momento de amor.
Há dias iluminados por pequenos instantes de graça,
um cheiro que nos enche a alma de alegria,
um raio de sol que entra pela janela,
o barulho de uma chuvada quando estamos na cama,
ou a chegada da Primavera e dos seus primeiros rebentos.