quinta-feira, 29 de setembro de 2016

FECHAR CICLOS, FECHAR PORTAS, ENCERRAR CAPÍTULOS: O IMPORTANTE É FECHA-LOS E SEGUIR EM FRENTE…


É preciso aceitar quando uma etapa da vida termina. Se eu insistir em permanecer nela, poderei perder a alegria e o sentido de viver. Como isso se chama, pouco importa: fechar ciclos, fechar portas, encerrar capítulos; o importante é fechá-los e seguir em frente.
Os problemas acontecem e devemos deixá-los ir!
Um dia, de repente, um sentimento de nostalgia nos invade e ficamos ali a o lembrar de todo o tempo perdido, os minutos desperdiçados que não voltam mais. Entenda que o tempo é o nosso bem mais valioso; o tempo é vida.
É normal lembrar do passado; o que é prejudicial é viver com as feridas emocionais abertas. São elas que nos impedem de caminhar, viver o presente e desfrutar tudo o que temos.
A vertigem emocional
Acreditar que o passado foi melhor é garantia de sofrimento emocional no presente. Essa crença nos impede “de soltar e deixar ir” e podemos mergulhar num abismo profundo.
É assim que surge a vertigem emocional, que nos impede de esquecer o passado, curar nossas feridas e viver o presente.
A limpeza do nosso passado
Algumas pessoas acreditam que olhar para o passado é perda de tempo; o importante é viver o presente. Dessa forma, as tristezas emocionais do passado vão se acumulando, criando “uma montanha de dor” cada vez maior.
Imagine que uma pessoa alérgica tenha como hábito varrer toda a poeira de casa para debaixo do tapete, achando que isso não vai afetá-la.
É o que acontece com as feridas emocionais. Precisamos nos libertar das correntes que nos ferem, para que as feridas não se aprofundem. O que você é hoje é fruto do seu passado, tenha sido ele bom ou ruim.
Revisando seu interior você não conseguirá mudar o passado, mas sim entender as partes negativas e não permitir que elas perturbem o seu presente. Isso é muito doloroso, mas abre espaço para o novo.
Cicatrizar as feridas emocionais
Superar o medo do passado é a única forma de acabar com esse sofrimento.
Vale a pena tentar curar as feridas do passado. Livre-se da sua carga e perceba o que o oprime.
Imagine que você está soltando um balão; as cordas que o prendem vão se afrouxando, até que ele se solta completamente. Deixe-o ir, enquanto olha para o céu até perdê-lo de vista, sorrindo e sentindo muita paz.
Liberte-se
Se não traz alegria para sua vida… Solte
Se não lhe faz feliz… Solte
Se permanece ao seu lado, mas não acrescenta nada de bom… Solte
Se procura segurança e assim evita o esforço de desenvolver-se… Solte
Se não reconhece suas qualidades… Solte
Se não lhe dá carinho… Solte
Se não promove o seu sucesso… Solte
Se diz, mas não faz… Solte
Se não há um lugar em sua vida para você… Solte
Se tenta mudá-lo… Solte
Se o amedronta… Solte
Se são mais desencontros do que acertos…Solte
Se simplesmente o faz sofrer…Solte
Liberte-se…a perda será muito menos dolorosa do que a dor de apegar-se “ao que já foi e não é mais”.
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Fonte:Blog A Mente é Maravilhosa

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

(carta de um adulto ao mundo)

Continuar todos os dias faz chorar. O passado sobrepõe-se, teimoso, e damos por nós a perceber que já não somos crianças, que já não somos sequer jovens. O tempo passa e leva-nos com ele. Ganhamos tanto e fica sempre a sensação de que perdemos tanto também. 
A vida prossegue e o corpo prossegue. Tudo a caminho do final. E nós no meio, perdidos, a cabeça sem saber se é corpo se é alma. 
Viver todos os dias é maravilhoso e não deixa de ser horrível. As responsabilidades apertam, comprimem. Quanto mais cresces menos podes cair. Menos há margem para queda. Um adulto é sempre uma criança com excesso de responsabilidades. Com excesso de obrigatoriedades. Uma criança é feita para cair, um adulto é feito para se levantar. Todos os dias levantar. Perde-se o emprego e tem de se levantar. Perde-se um amigo e tem de se levantar. Perde-se uma oportunidade e tem de se levantar. Perde-se tudo e tem de se levantar.
Levantar todos os dias magoa e o cinzento estrangula, coloniza, integra-nos inteiros. Distraio-me um segundo e já estou nele: completamente cinzento, uma malha absurda de mais-ou-menos, uma teia irrespirável de meia-felicidade-meia-infelicidade. A rotina contagia – mas contagia porque não consegue contagiar. A rotina contagia pela incapacidade de emocionar, de mover, de abalar. Repetir apenas o irrepetível: eis o que temos de procurar.
A emoção todos os dias corrói mas não ter emoção todos os dias mata. Ontem era jovem e tinha todos os sonhos do mundo; hoje sou um quase-velho e tudo o que consegui foram quase-sonhos. 
Já fui feliz. Claro que já fui feliz. Já consegui abraçar, beijar, amar. Mas sabe sempre a pouco.
Viver sabe sempre a pouco. E há dias em que viver sabe a demais. 
Dias em que é urgente deixar de viver ...  ficar apenas por ali, a olhar de fora para dentro de nós; tentar entender o que somos, o que queremos. No fim, tudo continuará na mesma e nada ficará como dantes.
Tudo continuar na mesma e nada ficar como dantes todos os dias cansa. Sou um adulto e não sei quem sou: eis a única declaração possível. Eis a única verdade possível. 
Quero ser a criatura mais feliz do mundo e lutarei até ao fim dos meus dias para isso. 
Mas talvez seja isso, essa fúria de felicidade, essa luta imparável, que me impede de ser feliz. Talvez queira demais ser feliz. Talvez ame demais, talvez exija demais. Mas só o que é demais não é erro.
Há dois dias era um puto e dentro de dois dias sou um velho: aqui jaz um adulto. Os adultos têm muito a perder e é por isso que se perdem. Perdem-se no que querem ter e esquecem-se do que já são. 
A vida, para um adulto, é aquilo que acontece enquanto estão a pensar no que é a vida. Um adulto está no pico de tudo e raramente consegue sair do chão.
Pensar na vida todos os dias aborrece. Os adultos são uma seca. Eu sou uma seca. E o pior é que sei que sou uma seca. Sei que já não tenho a paciência que tinha para aguentar o que tenho de aguentar. Sei que poderia rir mais, que poderia tentar mais, que poderia voar mais, que poderia amar mais. 
Mas falta-me juventude para isso, falta-me coragem para isso. Penso no que posso perder e abdico do que posso ganhar. Os adultos são uma seca. 
Os adultos são uns bananas. Ser banana todos os dias arrelia.
Sou um adulto e sou feliz: quantas vezes o dissemos ....  e sentimos mesmo?
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in "Prometo Perder"