quinta-feira, 11 de junho de 2015
Quanto mais eu penso, mais me convenço
"O amor só é grande quando a gente se alegra com a alegria do outro."
by Crisbalbueno
terça-feira, 9 de junho de 2015
Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro são as três ditas tarefas a realizar antes de morrer. Porém, discordo de que se possa arrolá-las como realizações possíveis, já que não acho que possam ser concluídas.
Ter um filho nunca é um gesto acabado, é preciso criá-lo e ficar negociando com o jeito como ele se inventa. Podemos ser semente e terra, mas não passamos de ponto de partida.
Escrever um livro é o começo de um vício. Cada obra já sai da editora como mais uma tentativa fracassada de dizer algo que nos escapa, daí a necessidade do próximo.
As árvores, bom, crescem por conta e dependem muito do ambiente. Mas como seria escrever um livro e criar um filho ao modo "bonsai"?
Nossa necessidade de propor que um filho estude, faça desporto, realize tarefas enfadonhas e se esforce para aprender, reduz a sua liberdade e o tempo de brincar.
Educar lembra os suportes de arame que são também usados para que os galhos do "bonsai" se direccionem equilibrada e graciosamente. Envolve suportar que seus galhos, no sentido de sua identidade, suas escolhas, seus dons e também que suas humanas imperfeições assumam formas imprevistas.
Ao crescer empalidecem os traços e intenções dos pais. Quem escreve um livro também sente que a autoria lhe escapa, tem-se pouco controle sobre o estilo, o tema escolhido, o tamanho que ele vai ter.
Não é possível deixar que livros, filhos ou árvores plantadas cresçam de forma selvagem; eles precisam de cuidados e até de podas para florescer.
Por outro lado, precisam tornar-se “traidores” dos seus autores, sejam eles pais ou escritores. Eles se avolumam na arte de ter vida própria e o seu destino os transcende. A criatura sempre escapa do criador.
Seres que se assemelham aos bonsais, filhos perfeitos em representar nossos ideais, não são viáveis para enfrentar os ventos e a chuva do mundo lá fora.
DIANA CORSO (psicanalista e autora do livro Tomo Conta do Mundo – Confissões de uma Psicanalista)
Achados #
As pessoas caminham por estradas diferentes e procuram preenchimento e felicidade. O facto de elas não estarem no mesmo caminho que nós não significa que estão perdidas.
Dalai Lama
Dalai Lama
sexta-feira, 5 de junho de 2015
O que eu busco é, como qualquer, ter o que desejo.
Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
- Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
- Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das epi tragi-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais, ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Eis a razão das epi tragi-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais, ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...
....
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...
....
José Régio, Poema do Silêncio 'As Encruzilhadas de Deus'
terça-feira, 2 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
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