domingo, 18 de outubro de 2015

de: Luís Represas

De que noite demorada 
Ou de que breve manhã 
Vieste tu, feiticeira 
De nuvens deslumbrada 

De que sonho feito mar 
Ou de que mar não sonhado 
Vieste tu, feiticeira 
Aninhar-te ao meu lado 

De que fogo renascido 
Ou de que lume apagado 
Vieste tu, feiticeira 
Segredar-me ao ouvido 

De que fontes de que águas 
De que chão de que horizonte 
De que neves de que fráguas 
De que sedes de que montes 
De que norte de que lida 
De que desertos de morte 
Vieste tu feiticeira 
Inundar-me de vida. 

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