Como se não tivesse substância e de membros apagados
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra
E germinar no sono, germinar na árvore
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva
densa
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada
No encontro e no abandono, na última nudez
Respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva
Seria de novo o gérmen que flui, o rosto indivisível
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.
de: António Ramos Rosa, Cada Árvore é um Ser para Ser em Nós, 2002
Daqui: http://www.facebook.com/pages/Ant%C3%B3nio-Ramos-Rosa/145567105514886
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