Filho ... meu coração.
Não sei por onde começar, mas se o quero tenho que partir dum princípio, (tive sempre esta dificuldade, ainda dos tempos de escola) começar...
Não quero ser mãe diferente das outras, quero ser mãe sem medo. E tens medo de quê, perguntarás. Tenho medo das palavras, medo de não ser compreendida. Dizem-me que é mesmo assim: os filhos não gostam de ouvir os pais, que os homens não gostam de falar de sentimentos (coisa que eu não entendo), que não gostam de mostrar emoções. Não quero ser diferente mas também não quero ser igual, compreendes?
Vejo esse o teu jeito de ser ... reservado, quase impenetrável. E o que tenho para te dizer são coisas simples de mãe, mas mesmo assim retraio-me, porque algo em mim que me diz que naquela hora não é oportuno. E deixo por dizer, mais uma vez e depois outra e sempre, o que espontâneamente sinto necessidade de falar.
Quero ter a certeza de que sabes o quanto te amo, o quanto te quero mostrar que podes contar sempre comigo, com o meu apoio, queria que me deixasses dizer-te essa e outras coisas, abraçar-te.
Não faças essa cara, assim não dá para continuarmos a falar!
Tenho medo que te sintas pressionado ... tenho medo, um medo que escondo e que me consome. Pode ser só imaginação minha, mas sinto que existe uma barreira, que eu aos poucos vou tentando quebrar, devagarinho, tão devagar que o tempo passa e passa mais uma vez uma oportunidade, perdida não sei porquê, a somar a tantas outras ... Quero pedir-te, em primeiro lugar que me perdoes se estou errada, e agora sim, que me ajudes a quebrar essa barreira que eu sinto. Diz-me que eu posso falar abertamente contigo, que estás disponível para me ouvir. É só disso que eu preciso, e creio que não é difícil.
E é tão pouco afinal.
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