Seja ela qual for, a forma a que se dirijam a nós, somos Mulheres.
Não podemos esquecer, de forma alguma, a luta das mulheres no Séc. XIX pela conquista dos seus direitos, da sua liberdade e autonomia, a procura pela igualdade de direitos com os homens, tentando abolir a opressora desigualdade de género.
Ninguém esquece isso!
Hoje em dia, apesar de todas as vitórias alcançadas, ainda há um longo caminho a percorrer, através das teias do machismo mascarado.
A mulher ainda encontra graves e sérios atentados à sua liberdade e direitos, que a impedem de se impor na sua condição… Humana!
Para mim, não faz sentido existir o “Dia da Mulher”.
Eu não quero que se recorde a luta das minhas antecessoras hoje, quero que se recorde todos os dias.
Existir o “Dia da Mulher” é, por si só, discriminatório. Remete-nos o pensamento para algo inferior, diminuído.
Quero que se lute pela igualdade de género, ontem, hoje e amanhã!
Podia enumerar-vos vários casos concretos de atentado à dignidade humana que ainda hoje se cometem, como a mutilação genital feminina, as violações coletivas, a escravidão sexual, a violência doméstica, o não direito ao voto, casamento por conveniência familiar, uso de burca, disparidade salarial, discriminação laboral, bla bla bla… Mas até se me revoltam “os fígados”, em saber que “isto” ainda acontece em pleno século XXI!
Um dia, no Qatar, vi vários maridos a escolherem um perfume para as esposas. E não era Dia dos Namorados.
Eles é que decidem se elas cheiram a rosas, a casca de árvore, a urtigas ou a carrapato.
Lembro-me que, na altura, desejei tanto que lhes desse um valente ataque de espirros, daqueles que até ficassem com os “trusses” Armani molhados!
Não se comparem forças físicas, comparem-se forças intelectuais.
Não se discriminem sexos. Lute-se pela igualdade.
Não se festeje o “Dia da Mulher”. Festeje-se o “Dia da Igualdade de Género”.
Não se queimem soutiens. Queimem-se cuecas!
(A idade avança, a gravidade não perdoa e as “ditas cujas” caem. Os soutiens são caros e uma vez que ganhamos menos do que eles, é preciso ponderar tal acto.
Ora bem, as cuecas são mais baratas… E o arejo combate as candidíases!
Assim, eles também podem queimar as deles, o que até dá um jeitaço do caraças!
Perfeito!)
Mulheres e Homens… “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” (Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem).
Infelizmente, nos dias de hoje, ainda é uma visão utópica, apesar de ter sido escrita em 1948.