A dada altura da minha vida instalou-se em mim um sentimento que deixou na minha consciência uma espécie de medo que se tornou contínuo de que, de cada vez que eu me sentia bem e estava feliz, alguma coisa de mal acontecia. E era como se eu não tivesse o direito de estar feliz, porque logo a seguir eu ia me defrontar com um situação problemática cada vez mais frequente. E a frequência com que acontecia, foi-me deixando num estado de alerta permanente, que foi acabando com a minha alegria, apagando a minha vida.
Mas eu estava errada, porque esse problema iria acontecer fosse qual fosse o meu estado de espírito e não só porque eu estava feliz. E se isso ia acontecer então melhor seria eu estar feliz, porque a minha tristeza (ou apatia) não tinha o poder de alterar as coisas. Eu podia optar por continuar a ser feliz, mas como é que eu podia ser feliz se logo logo enfrentaria situações de tristeza? Parece que eu optei por criar uma barreira e com ela eu me defendia do impacto causado pelo sofrimento e pela tristeza que vinha a seguir. Eu não sofreria tanto! Hoje vejo como estava enganada, porque esse estado de "consciência" se instalou em mim e hoje faz parte do meu quotidiano.
Mas eu estava errada, porque esse problema iria acontecer fosse qual fosse o meu estado de espírito e não só porque eu estava feliz. E se isso ia acontecer então melhor seria eu estar feliz, porque a minha tristeza (ou apatia) não tinha o poder de alterar as coisas. Eu podia optar por continuar a ser feliz, mas como é que eu podia ser feliz se logo logo enfrentaria situações de tristeza? Parece que eu optei por criar uma barreira e com ela eu me defendia do impacto causado pelo sofrimento e pela tristeza que vinha a seguir. Eu não sofreria tanto! Hoje vejo como estava enganada, porque esse estado de "consciência" se instalou em mim e hoje faz parte do meu quotidiano.
Estou a trabalhar no processo de inversão (ou reversão) desse mesmo estado, estou a trabalhar numa aprendizagem de ser feliz sem consequências. Não é fácil, mas sei que vou conseguir. Essa coisa ruim veio, tomou conta da minha vida por um tempo, mas agora chegou a minha vez de dizer chega! De agora em diante vou confiar mais no poder que tenho dentro de mim e que me vai transformar numa pessoa diferente daquilo que tenho sido durante estes anos todos. Agora eu vou passar a amar a vida, aconteça o que acontecer.
"A MINHA AMIGA MAIS FELIZ"
« Às vezes não percebo que haja tanta gente a viver numa consciência envergonhada de ser feliz, como se a tristeza fosse a maturidade da vida e um adulto feliz fosse um palhaço por disfarçar. Pouco me interessa se a alegria em excesso possa ser confundida com uma bebedeira em vida. Problemas, toda a gente tem, é um facto. Também nem toda a gente nasce com a sorte de ter um plug-in que dá “amonas” valentes a tudo o que tenta minar essa construção. Nem sequer lhe dou a importância de construir um abrigo, acho que quando nos defendemos muito, o inimigo anima-seÉ inevitável, a tristeza irrompe sempre pela vida, o importante mesmo é não lhe dar conforto que chegue para se instalar. Como aquelas pessoas chatas que, para apressar, recebemos em pé.Penso imensas vezes sobre as razões porque insisto tanto em ser feliz. Acho que à força de querer tanto, já não sei ser outra coisa.E não tenho medo nenhum de o afirmar, porque também existem uns tantos teóricos da vida que acham que as coisas boas se guardam no cofre, eu prefiro saldar gargalhadas numa venda de garagem. Acho que é inegável que existe uma cumplicidade grande entre o sofrimento bem digerido e a maturidade. As melhores pessoas que conheço não são as tristes, são aquelas que digeriram a tristeza da vida e converteram isso em fermento de carácter. E essas pessoas, também não são aquelas que passam a vida a acusar a sua condição de orfandade para se fazerem grandes, empoleirados na tristeza. São aqueles que choraram na altura certa, que deram o desconto ao sadismo da vida, que condescenderam desde novos com as incongruências do destino, que não desistiram dos seres humanos só porque nem tudo era perfeito, nem ficaram reféns na procura passiva do sentido de justiça. Essas são as pessoas TOP! São os amantes da vida. A malta que aprendeu a sacudir a poeira dos maus momentos com património de felicidade, são os que acreditam genuinamente nas pessoas e por isso ainda se surpreendem, são os que perceberam a dimensão do tempo e por isso conseguem viajar a partir de qualquer lugar. Essas pessoas que conheceram a evidência mais crua da vida são as que mais conseguem criar, são as que olham para uma planície árida e imaginam uma floresta imensa. Essas pessoas sentem-se responsáveis por animar o mundo, só porque se sentem agradecidas por serem animadas. Essas pessoas são guerreiras porque acreditam que o sentido maior da paz nasce na tranquilidade serena de aceitar que algumas batalhas da vida são feitas para perder.A dimensão do tempo é a dimensão da vida. O passado tem apenas o efeito edificante de nos lançar para o futuro e o presente é o lugar em que acontece tudo. Ninguém cuida muito das pessoas felizes porque elas parecem estar sempre bem. E as pessoas felizes sabem que têm de estar bem porque aprenderam a cuidar de si mesmas.Não sei se sou uma amiga feliz, mas sei que enquanto eu puder vou vivendo, sem medo de ser apenas feliz.»
A minha amiga mais feliz (na minha versão)
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